domingo, 6 de outubro de 2024

 


PÂNICO: O PERIGOSO MEDO DE SENTIR MEDO...

 

Pessoas tristes, angustiadas sob o domínio de um medo tão intenso que cause pânico sempre houve; apenas, nunca como atualmente.

Antes, para nos sentirmos assim, quase sempre havia uma explicação lógica, um fato palpável, hoje, boa parte dos que se sentem dessa forma não conseguem arrazoar com clareza os motivos.

 

A sensação de que nós ficamos mais lentos a cada dia; tentando viver num mundo onde a rapidez é a tônica; nos deixa assustados e, a cada dia que passa (tão rápido), sentimos mais dificuldades para cumprir com nossos afazeres, responsabilidades, divertimentos e prazeres. É como um tipo de paralisia que nos dificulta viver, sufoca, trava, cala...

 

Primeiro nossa mente dispara, o cérebro não obedece ao comando de parar e as ideias nos atropelam; daí, começamos tudo e não finalizamos nada; então travamos.

No terreno da afetividade quantas pessoas a chorar sem claros motivos.

No campo psicológico, tristezas, medos e angústias inexplicáveis.

O corpo está cada dia mais pesado, dolorido e doente.

 

Por que será que tentamos desistir de continuar a incrível experiência da aventura de viver?

Estaremos doentes, frustrados, desalentados, enfadados, entediados de tentar descobrir se preferimos o bem ou o mal, a razão ou a emoção?

Ou tentamos adiar a escolha entre o ser e o não ser, entre o viver e o morrer?

Será que optamos por aguardar sem decidir esperando no que vai dar?

Temos muitas vontades, mas não sabemos do que.

Desejamos ir, mas não conhecemos o destino.

Quem poderá nos ajudar?

 

Qualquer situação ou experiência que envolva o ser humano pode ser observada segundo múltiplas formas e focos diferentes: sociais, econômicos, médicos, religiosos, psicológicos, eletrônicos etc.

Muito se tem escrito e falado sobre esses problemas, mas sou da opinião que as causas reais que lhes dão origem não são focadas como seria necessário; e a resolução parece longe pois está centrada num diagnóstico incompleto.

 

A cada dia fica mais evidente que sem mudar o jeito de viver e a visão de mundo será improvável resultados definitivos.

O estilo de vida atual conduz as pessoas rapidamente do concreto ao abstrato, fazendo com que percam a antiga estrutura e mergulhem no caos íntimo e antes nossos medos eram mais concretos, envolviam um perigo real e, hoje são cada vez mais abstratos: o medo de não possuir, não ter, ficar para trás, de não gozar mais do que os outros...

   

A forma de viver baseada na competição deixou duas emoções fora de controle: ansiedade e medo. Necessariamente devem ser equilibradas pela inteligência que argumenta.

 

Inevitável que a bagunça mental e afetiva terminasse no organismo físico e o medo gerado pelas palpitações, coração a mil, sensação de desmaio; sufoco; aperto no peito; e de morte eminente - levem as pessoas á quase loucura e a um medo apavorante: o medo de sentir medo e de vivenciar de novo essas sensações e de novo e de novo.

 

Sair dessa armadilha não é simples – entrar é fácil; tal e qual entrar naqueles labirintos de espelho dos parques de diversão – lindos e atrativos por fora; mas depois de estarmos lá dentro, sempre é possível achar a saída – porém, não é fácil; parece a quem está de fora assistindo á angústia de quem está lá dentro.

 

Detectar as prováveis vítimas do pânico é muito fácil e pode ser feita desde os primeiros meses de vida – durante a existência os avisos são constantes; mas, ninguém liga...

Será que também é uma questão de ESCOLHA?

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 O AMOR LIBERTA O amor é a própria liberdade. Amar é ser livre.  Mas, principalmente, amar é libertar, cortar as amarras que nos prendem aos...